Ela correu na minha direção sorrindo e pulando. Era de sorriso fácil e como isso tornava nossa amizade melhor.
– Sonhei que você se casava. Estava linda… – As lembranças brilharam nos olhos dela e eu voei imaginando um vestido de renda, flores no cabelo, sapatilha…
– E como meu noivo era?
Ela tentou sorrir mas revelou que não sabia. Não tinha o enxergado, só tinha visto a mim. Mais uma vez viajei imaginando um altar vazio.
Meu peito doeu. Tratei de imaginar como eu gostaria que ele fosse.
Gostaria que ele fosse calmo e seguro de seu valor como pessoa. Que o seu toque fosse macio e que seus lábios fossem doces, cheios de gentileza.
No seu abraço eu seria amante, amiga, amada, guiada, sentiria um pedaço do céu.
Enquanto eu sonhava senti uma dor do braço e percebi que eram as unhas da menina inquieta com minha divagação.
Ela quis saber o porquê de tanto suspense e falta de atenção. Respondi que já sabia pra qual coração dar a mão.